Castração Social
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Dra. Marina Dante
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Amor pelos animais faz casal percorrer o Estado para mutirões gratuitos de castração |
Fabiano Mattos e Marina Dantes percorrem Santa Catarina para mutirões de castração – Anderson Coelho/ND Marina Dante nunca teve um bichinho de estimação até se formar em veterinária e deixar a casa dos pais em São Paulo. Da gigante metrópole foi morar numa cidadezinha no interior do mesmo Estado. Parece até trocadilho, mas em Amparo, Marina descobriu sua compaixão pelos animais. Afeição que poderia ser banal, se não fosse transformada em ajuda prática. Veterinária em uma granja, foi surpreendida por um pedido da protetora de animais Sandra Regina Correia: a castração de uma colônia de gatos. Abandonadas na rua, as fêmeas teriam o destino trágico de viver quatro cios por ano, gerar uma média de oito filhotes, que teriam que lutar para alimentar e proteger. Ainda assim, possivelmente, as crias iriam gerar centenas de novas ninhadas num ciclo infinito de sofrimento e maus-tratos. Marina as castrou. E continuou a castrar animais no município pelos dez anos seguintes. Experiência que desenvolveu sua habilidade como cirurgiã, aprimorada em uma pós-graduação, e que redesenhou seu destino. Em 2014, Marina se mudou para São José, em Santa Catarina, e abriu a clínica Projeto Castração. Programa social de iniciativa privada, que oferece desde então cirurgias com preços acessíveis. A castração de gato custa R$ 70 e a de cachorros, R$ 90. Apurado pela reportagem, o valor médio em outras seis clínicas (na redondeza e em Florianópolis) foi quatro vezes maior.
Marina atende em sua clínica em São José de segunda a sexta-feira – Anderson Coelho/ND Com parcerias também com ONGs e convênios com prefeituras, Marina viajou por Santa Catarina de um jeito improvisado. Até que o marido, Fabiano Mattos, 44 anos, que administra a empresa, teve a ideia de criar uma clínica cirúrgica de primeiro mundo sobre rodas. De segunda a sexta, Marina e sua equipe de sete veterinários e 13 funcionários trabalham na clínica veterinária Projeto Castração, na avenida Gov. Jorge Lacerda, 943, em Campinas. Nos finais de semana, viajam para diversas cidades catarinenses. Os mutirões começam às 8h. As pessoas fazem fila para serem atendidas. São protetoras e também famílias de baixa renda com seus pets. O trabalho é árduo. São realizadas até 150 castrações por dia. Neste sábado (10) a carreta estará na Rua das Quaresmeiras, s/n, Loteamento Madri, Praça de lazer do bairro Madri, em Palhoça. “Eu trabalho de segunda a segunda, dez horas por dia, e não acho ruim. Amo o que faço, não vejo o tempo passar. Quanto mais eu faço, mais vejo o quanto é necessário. É uma questão de saúde pública”, disse.
Clínica construída na carreta tem toda a aparelhagem necessária para os procedimentos – Anderson Coelho/ND Há um mês, Marina e Fabiano inauguraram uma nova sede do projeto Castração no Centro Empresarial industrial, em Palhoça. Lá, são realizadas cirurgias a cada 15 dias. Nos dois endereços também são feitas cirurgias oncológicas, infecciosas e limpezas de tártaro com preços sociais. Nos últimos 15 anos, o impacto positivo das ações de Marina é incalculável. Ela castrou cerca de 300 mil animais. Corrente do bem Marina é bastante humilde e acha que fez pouco diante do número de animais maltratados. Embora não haja pesquisa sobre o assunto, basta acompanhar a exaustiva rotina das 50 protetoras que atuam na região da Grande Florianópolis para saber que o problema é bastante sério. Essas incansáveis mulheres, que doam o que não tem, suprem as lacunas deixadas pelo poder público. E não há sequer um dia que não encontrem um animal que precise de ajuda. Shalma Teixeira, 63 anos, fundou a Aprap (Amigos e Protetores de Animais de Palhoça), em 2006, após um ano de estudos e debates com o Instituto Ambiental EcoSul, que é referência no Estado. Em 2008, quando Marina morava em Amparo, mas vinha a trabalho para Santa Catarina, realizaram com apoio do veterinário Francisco Groth, 179 castrações no bairro Ponte do Imaruim, em Palhoça. “No começo estranhei pela agilidade da cirurgia, mas Marina conquistou a confiança das protetoras. As castrações são totalmente adequadas às exigências do Conselho de Medicina Veterinária e os animais têm uma excelente recuperação”, disse.
Protetores levam animais para Projeto Castração – Anderson Coelho/ND Roseane Mangrich e Karina Rosa Braga são protetoras independentes e também levam todos os animais recolhidos para Marina castrar. As duas protetoras após salvarem os animais fazem tratamentos contra parasitas, pagam três doses de vacinas, castram e doam para tutores responsáveis. Há, no entanto, animais que “ninguém quer”. Elas amparam 120 cães num abrigo, a maioria, idosos e com sequelas. Outra parceira importante é a Adote um Patudo Floripa. O projeto surgiu em 2010 e formalizou sua atuação como ONG em 2019, quando decidiu focar as ações no controle populacional. A ONG criou um sistema de apadrinhamentos. As pessoas podem doar qualquer valor. A Adote um Patudo também faz rifas, feiras de adoção e tem um brechó online. A Prefeitura de São José também é parceira, paga 300 castrações por mês. É pouco, mas é um começo. Mutirões gratuitos “Se cada pessoa fizesse um pouco o mundo seria outro”, disse Marina. Com esse pensamento, o Projeto Castração oferece quatro mutirões de castrações gratuitos por ano. No dia 16 de junho, por exemplo, foram castrados 150 animais do bairro Saco Grande, em Florianópolis. Marina contou com a parceria de uma protetora bastante atuante, Rosa Villanueva, que selecionou os animais das famílias mais vulneráveis, fez pré-inscrições, ministrou aulas de conscientização sobre guarda responsável, fez a triagens para livrar os animais de parasitas como vermes, pulgas e carrapatos antes da cirurgia e, ainda, ofereceu todos os cuidados do pós-operatório. De tampa em tampa Fundado em 2017 pelas voluntárias Natália Carvalho e Isis Santiago, o Instituto Ecopet reverte todo dinheiro arrecadado na venda de tampas em castrações e medicamentos do pós-operatório. Trabalho de formiguinhas que retirou da natureza 102 mil toneladas de plástico. Para castrar um animal é necessário coletar cerca de 120 quilos de tampinhas pet. Mas as tampas não se restringem as com o formato das garrafas pet. Servem também as de shampoo, leite, amaciante, sabão líquido e embalagens de remédios. “Até julho deste ano foram castrados 313 animais. É uma ação que traz um duplo benefício, ao meio ambiente e à saúde animal”, disse o voluntário Lisandro Nunes Ferreira. A escolha dos beneficiados é criteriosa. Há uma lista de espera de famílias em vulnerabilidade social. Mas a prioridade é para animais em situação de rua, principalmente as fêmeas. O projeto, que começou com as duas voluntárias, atualmente conta com 42 e tem 534 pontos de coleta distribuídos em Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz e Antônio Carlos. As clínicas do Projeto Castração são pontos de coleta. Para encontrar os endereços basta acessar o instagram @ecopettampas e entrar no stories “pontos de coleta”. |
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